Violão

Trazido ao Brasil pelos portugueses, o violão foi, ao longo do século XIX, substituindo a viola no acompanhamento das canções populares no contexto urbano do Rio de Janeiro. Instrumento tradicionalmente com 6 cordas, que podem ser de náilon ou de aço, o violão logo se consolidou na música popular brasileira ao assumir a função de instrumento de harmonia para gêneros como lundus, modinhas, choros e maxixes. No início do século XX, músicos como Quincas Laranjeiras e João Pernambuco passaram a compor choros, valsas e polcas para o violão como instrumento solista, influenciados pelas obras para violão solo de compositores europeus.

Nas décadas de 1950 e 60, o violão ajudou a consagrar internacionalmente a estética intimista da bossa nova e seus violonistas, como João Gilberto e Luiz Bonfá. Outro violonista ligado ao movimento da bossa nova, Baden Powell foi o responsável pela grande revolução na maneira de tocar samba no violão, com inovações técnicas e composições que influenciaram todas as gerações seguintes de violonistas. O violão está presente em diversos gêneros do país, como o choro, o samba, o samba-rock, a tropicália, a MPB, a música sertaneja, a milonga, como instrumento solista ou de acompanhamento.

Uma variante do instrumento é o violão de 7 cordas, muito comum em gêneros como o choro e o samba e que tem no violonista Dino 7 cordas sua grande referência. O violão de 7 cordas desempenha uma função complementar ao de 6 cordas, fazendo frases musicais nas cordas graves do instrumento durante o acompanhamento da música. Chamado no resto do mundo de guitarra clássica ou acústica, o violão tem entre seus grandes nomes no Brasil, Americo Jacomino, Dilermano Reis, Garoto, Laurindo de Almeida, Meira, Rosinha de Valença, Helio Delmiro, Walter e Valdir 7 cordas, Raphael Rabello, Marco Pereira, Yamandu Costa.