Maracatu

Maracatu é uma manifestação cultural, com origem no Nordeste do Brasil, que envolve música, dança e ritual, misturando elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus. Nasceu das coroações de reis e rainhas negros, tradição dos tempos do Brasil Colonial. O maracatu pode ser dividido em maracatu-nação, também chamado de baque virado e maracatu rural, ou de baque solto.

O maracatu-nação está presente na zona metropolitana de Recife e Olinda, em Pernambuco, ocorrendo principalmente no período de carnaval. É marcado por um desfile pelas ruas, representando um cortejo real, com personagens como rei e rainha negros, príncipes, princesas, além de figuras como porta estandarte, dama do paço e yabás. Esse cortejo é acompanhado por uma orquestra de percussão, com alfaias, caixas, gonguês (agogô de apenas um sino) e mineiros (espécie de ganzá). O maracatu-nação é caracterizado pelo ritmo musical frenético e constante, com origem nas congadas, tendo cada nação de maracatu um baque (uma batida) característico que a diferencia das demais nações.

O maracatu rural, também conhecido como de baque solto ou maracatu de orquestra, comum na região da Zona da Mata de Pernambuco, mistura elementos de origem africana com indígenas, tendo no caboclo de lança seu personagem de destaque. No maracatu rural, não há os personagens de rei e rainha, nem um baque fixo na música e a orquestra, chamada de terno, é formada por alfaias, caixas, porca (uma espécie de cuíca), gonguês e instrumentos de sopro como clarinete, trombone e trompete. Tanto no maracatu nação quanto no rural, a parte cantada é chamada de toada ou loa e segue o estilo responsorial, com um ou dois versos cantados pelo solista e resposta do coro.